- Numa estação de metro duas mulheres seguram um objecto à frente da cara e dedicam-lhe olhares penetrantes. Uma lê, a outra lê-se. A primeira segura um espelho, a segunda, um livro. É legítima a confusão sobre quem faz o quê.
- Numa estação de metro duas mulheres seguram um objecto à frente da cara e dedicam-lhe olhares penetrantes. Um espelho e um livro. Ambas lêem, mas só uma avança para lá do frontispício, e não é seguro afirmar qual delas o faz.
- Numa estação de metro duas mulheres seguram um objecto à frente da cara e dedicam-lhe olhares penetrantes. A do espelho reforça o rouge, a outra enrubesce numa passagem de As Cinquenta Sombras de Grey.
- Numa estação de metro duas mulheres seguram um objecto à frente da cara e dedicam-lhe olhares penetrantes. O espelho e o livro são arrumados em bolsas idênticas quando por fim a composição chega e uma voz avisa para o fosso entre o cais e a viagem.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
O fosso entre o cais e a viagem
Publicada por
Rui Ângelo Araújo
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