Vítor Gaspar foi-se embora e alguns analistas e comentadores avisam-nos que ainda iremos suspirar pelos tempos em que ele mandava nas Finanças. Para além do proverbial «Depois de nós virá quem bom de nós fará...» (ou, em versão mais vernacular, «Há muita mais merda de onde esta veio...»), justifica a mau agoiro a percepção de que Vítor Gaspar era um ministro com prestígio “lá fora”: não que o homem tivesse mostrado ser minimamente competente (viu-se que não), mas os “Mercados” gostavam de ter um dos deles nas rédeas dos trocos nacionais, e ainda vamos sentir falta disso.
Sabemos que as coisas estão mal quando a lógica governamental obedece ao argumento de um filme de Woody Allen, mas sem piada nem talento de representação.
Em Balas sobre a Broadway, um encenador inexperiente de cara laroca contrata uma “actriz” sem talento e mimada, cuja única mais-valia é ser amante do gangster manda-chuva que se disponibilizou a financiar o espectáculo. Para nossa desgraça, no casting governativo a que tivemos direito falta quem represente o papel de Cheech, o guarda-costas da amante do patrão, cujo (até então desconhecido) talento natural para o show business vai desencantando as soluções que salvam a peça da monumental inépcia da actriz e do encenador. De entre os gangsters que infestam a política nacional, onde estará o nosso Cheech?!
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