A América do Norte tem, este Inverno, registados recordes de frio, com temperaturas perto de –30ºC e as Cataratas de Niágara a congelarem parcialmente. Tudo isto, claro, tem feito as delícias dos conservadores, paladinos do consumo desregrado de combustíveis fósseis e inimigos figadais das teorias, predominantes na comunidade científica, sobre as alterações climáticas, que apontam, a médio-longo prazo, para um aquecimento global.
Assim, têm sido publicados por toda a imprensa (e divulgados pelas redes sociais) cartoons do estilo do que aqui reproduzo:
Estas reacções a um acontecimento episódico (o tempo que faz durante uma ou duas semanas), quando não são mero aproveitamento político-económico falacioso, são demonstração de profunda ignorância e arrogância (dois males que não raro ocorrem concomitantemente).
É o “Zé” a achar que as tendências do clima — que é um fenómeno de médio, longo ou muito longo prazo — podem ser compreendidas, em primeiro lugar, pelo vulgo (ele, o “Zé”), em segundo lugar, olhando simplesmente pela janela e vendo qual o tempo — fenómeno de curto ou muito curto prazo — que faz neste preciso momento.
É como ver a morte de um soldado e extrapolar daí quem vai vencer a guerra.
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