quarta-feira, 5 de junho de 2013

Epitáfios

Transcendendo a preocupação em comunicar verdades, os melhores epitáfios são capazes de converter o inevitável em ironia, beleza ou desencanto. Recorde-se aquele que João de Deus compôs para o túmulo de Antero: «Aqui jaz pó; eu não; eu sou quem fui, / Raio animado dessa luz celeste / À qual a morte as almas restitui, / Restituindo à terra o pó que as veste.» Mesmo se tal quadra assentar em falsa crença, qualquer lápide lhe há-de cobiçar a assombrosa entoação.

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