segunda-feira, 24 de junho de 2013

Memória superlativa

Chamava-se Salomon Shereshevsky. Alexander Luria conta-nos que ele dispunha de uma memória capaz de, numa espécie de fusão sinestésica, fixar todos os pormenores da sua vida. Apesar desta aptidão assombrosa, ou melhor, por causa dela, Shereshevsky tinha, por vezes, dificuldade em recordar caras e em identificar vozes conhecidas. «Elas mudam muito», afirmava. Levada ao extremo, a memória não se limita a fazer durar o que sabemos fugaz: descobre a subtil fugacidade do que se nos afigura duradouro.

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