Se alguém, sobretudo em debates, afirma que só quer «dizer duas coisas», justifica-se a apreensão: talvez tenhamos prosa fatigante. Se, em vez de duas, anunciar que pretende «dizer apenas uma», justifica-se o suspiro de alívio: talvez tenhamos prosa abreviada. Neste contexto, a diferença entre «uma» e «duas» não é matematicamente exacta: é a diferença, inconsciente, entre dar um passo com que o eu vai directo ao assunto e dar infindáveis passos entre o assunto e o eu.
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