Na TV, um tipo que ao que parece se distinguiu numa dupla chamada «Quim Roscas e Zeca Estacionâncio», apresenta um programa onde se sucedem cançonetistas epilépticos em ruidoso playback, assistidos por bailarinas de boîte com mamilos eriçados pelo frio Barrosão (é em Boticas). Um logótipo num dos cantos do ecrã diz que a coisa se chama «Somos Portugal».
Num primeiro momento, rebelo-me contra aquele abuso. Imagino uma certa petulância na proclamação. Depois caio em mim. Claro que aquela gente é Portugal. Eles e o povo que assiste, regalado. Os que ficamos de fora não chegamos nem para fazer uma tribo, quanto mais um país. De resto, temos sentimentos tão pouco nacionalistas que não nos devemos indignar se um destes dias nos tentarem exilar.
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