Salvador Dalí, O Toureiro Alucinogénio, c. 1968–70. |
Interpretar sonhos — sobretudo os menos óbvios — é desde logo interpretar uma anterior interpretação: aquela que o inconsciente faz de si mesmo, recorrendo a imagens e símbolos. Se o sonho for lúcido, haverá que admitir uma segunda interpretação: aquela que a consciência, desperta no sono, efectua relativamente a esses conteúdos, inclusive alterando-os. Se o sonho pertencer a outra pessoa, teremos ainda a interpretação que ela, descrevendo-o, não evita. Interpretar sonhos constitui, assim, uma ousadia que vale a pena.
Interpretação de sonhos lúcidos... realmente, nunca tinha pensado na especial dificuldade, de tão focado na avaliação do sucesso ou insucesso dos projectos concebidos quando acordado.
ResponderEliminarEu pretendi referir-me ao sonho lúcido enquanto "acto" interpretativo em si. A interpretação que se fará posteriormente desse sonho lúcido já constitui uma outra interpretação (a acrescentar às que são indicadas).
Eliminar(Falta saber se o que acabo de expor é minimamente interpretável.)