terça-feira, 8 de janeiro de 2013

«Obélus, par Toutatis, redeviens Obélix. Ça urge!»

Gérard Depardieu a vestir o traje tradicional da Mordóvia

Depois de abraçar esfuziantemente Vladimir Putin e de jantar com ele, Gérard Depardieu, já com o novo passaporte russo no bolso, voou para a república russa da Mordóvia, região tristemente famosa pelos campos de concentração do tempo de Estaline e onde ainda hoje o duro sistema prisional russo é o principal empregador. (Nadezhda Tolokonnikova, uma das Pussy Riot, cumpre pena de prisão aqui.)

Na Mordóvia, com o actor devidamente paramentado, foi-lhe oferecido o posto de ministro da cultura. (Os jornais não dizem se Depardieu aceitou, mas como os 13% de imposto sobre os rendimentos são válidos em qualquer parte da Rússia, é pouco provável que o novo súbdito de Putin tenha interesse em passar mais do que umas horas nas franjas da Sibéria...)


Ver assim Depardieu, a fazer triste figura com as prebendas do tirano russo, traz-me à lembrança aquela cena de Astérix e Obélix contra César (1999) em que Obélix, disfarçado de legionário romano (“Obélus”), vai sendo lentamente seduzido pelas ofertas do escroque Lucius Detritus (Roberto Benigni). O problema, claro, é que Gérard Depardieu não é o infantilmente inocente Obélix, nem basta gritar-lhe «Obélus, par Toutatis, redeviens Obélix. Ça urge!» para o resgatar.


Notícia na BBC:

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