O poema Chuva oblíqua, de Fernando Pessoa, parece pressupor, em virtude do título, que há chuvas desprovidas de obliquidade — ou quedas perfeitamente verticais de gotas de água. À facilidade de o conceber junta-se a dificuldade de o provar. Em todo o caso, é interessante o facto de aceitarmos a expressão «perfeitamente vertical», mas resistirmos ao uso da expressão «perfeitamente oblíquo». Talvez achemos que a vertical e a horizontal perfeitas constituem ideais a atingir pelas nossas oblíquas existências.
Se a obliquidade abrange um conjunto de posições variadas, enquanto que a verticalidade se refere a um ângulo em particular, então não há completa, perfeita obliquidade. :)
ResponderEliminarPenso que a questão é mais o ser fácil ser oblíquo: qualquer declive que não seja 0 (horizontal) ou infinito (vertical) é descritível como «oblíquo». Ora, com a ideia de perfeição vem a de esforço para a alcançar.
ResponderEliminarTalvez. Ser oblíquo é procurar complemento. Daí o tal «complemento oblíquo».
ResponderEliminarExistir é existir de alguma maneira.
ResponderEliminarNão parece haver outra "maneira" de existir.
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