sexta-feira, 26 de abril de 2013
Pensar em nada
Publicada por
José Ferreira Borges
Existirá o «pensar em coisa nenhuma»? Provavelmente não. Sendo o pensamento, em princípio, uma estrutura consciente, espera-se que lhe corresponda algum objecto. Quando muito, poderemos aproximar-nos da ausência de objecto, desde que reconduzamos este à maior indeterminação possível, dissolvendo imagens concretas, fintando deambulações abstractas. Se «não há machado que corte a raiz ao pensamento», não há serra que o separe dos ramos inevitáveis. Sobram-lhe duas opções gerais: produzir frutos de valor incerto ou tornar a folhagem indistinta.
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