Era uma vez um bolso que se limitava a existir. Nunca pertencera a qualquer peça de vestuário e jamais sentira necessidade de se considerar uma. Contivera já inúmeros objectos e ideias fecundas, mas preferia que o deixassem vazio e em paz. Reduzia ao mínimo os seus gestos intencionais, acreditando que o vento e outras forças o guiariam sempre com acerto. Quando lhe perguntavam se algum dia albergara o segredo da vida, respondia apenas: «Eu sou um bolso.»
Sem comentários:
Enviar um comentário