segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Suprimir o tempo

Georgia O' Keeffe, Era Azul e Verde, 1960.

Se formos capazes de suspender o pensamento, seja nas suas modalidades concretas, seja nas abstractas, colocando-o fora de jogo ou deixando que dele subsista só um vestígio inoperante, e lograrmos, em seguida, fixar por inteiro a consciência nas sensações, até realizar uma absoluta sinestesia, ficando assim os sentidos, como diz Almeida Garrett, «todos num confundidos», teremos aniquilado o tempo e alcançado uma unidade sem distância nem conflito. Resta naturalmente esclarecer que tipo de consolo isso nos traz.

3 comentários:

  1. Respostas
    1. É provável. E também o respectivo tédio.

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    2. Pergunto-me, na medida em que a morte é uma coisa que só assiste aos vivos, se os imortais chegam a partilhar da vida. Vida seria, então, um binómio vida/morte à qual os imortais seriam alheios.

      Entediante? Talvez na perspectiva dos vivos.

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