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sábado, 7 de novembro de 2015

Malcolm Gladwell: «Párias, Símbolos e Pioneiros» (palestra)

Malcolm Gladwell, colaborador permanente da revista The New Yorker, deu em 2013 uma interessantíssima (e longa...) palestra sobre uma das formas mais surpreendentes como as classes dominantes garantem a manutenção da sua condição de privilégio.

Gladwell centrou-se particularmente na discriminação das mulheres — na política, na arte, na vida em sociedade em geral —, discriminação que por vezes se mantém, mesmo quando aparentemente a porta se abriu para elas...
(Outro tema importante é o do anti-semitismo.)

O argumento é ilustrado com dois exemplos paradigmáticos: o da pintora inglesa Elizabeth Thompson (1846–1933) e da ex-primeira-ministra australiana (2010–2013), Julia Gillard.

Esta palestra fascinou-me desde que a vi pela primeira vez. Há 2 meses ganhei coragem (e aprendi o procedimento técnico) para traduzi-la e legendá-la.

Uma outra palestra, do mesmo autor e do mesmo ano, centra-se na história de uma das mais importantes sufragistas americanas, Alva Vanderbilt (também conhecida como Alva Belmont) e das razões que levaram esta insuspeita mulher — milionária e privilegiada — a lutar contra o sistema estabelecido.

Infelizmente, quando comecei o longo processo de tradução e legendagem (levou-me 50 dias...), não sabia que havia quase a estrear um filme sobre o movimento sufragista.
Por isso, escolhi começar pela palestra sobre a pintora. Talvez daqui a 50 dias tenha o outro, sobre a sufragista, pronto...

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Um preconceito demasiado familiar e uma tomada de posição pessoal

Circula na Internet uma petição a solicitar ao governo de Portugal a interrupção das relações diplomáticas com Israel (encerramento de embaixadas, etc.) até o «genocídio em Gaza» terminar.
Esta escolha de linguagem e o apelo a sanções diplomáticas fizeram-me antecipar a publicação da seguinte infografia:



(clicar para ver maior)


Porque a realidade é esta: por via de um preconceito demasiado familiar, o “valor” de um cadáver árabe ou muçulmano é maior — muito maior — se o dedo puder ser (com maior ou menor propriedade) apontado a Israel.

Os menos de 2 mil mortos em Gaza são um «genocídio» — já a guerra civil na Síria, com mais de 200 mil mortos, é um detalhe que quase já nem passa nas notícias.
O padrão, de resto, é antigo: fala-se frequentemente da cumplicidade (por vezes, enganosamente, de autoria) do exército de Israel no massacre de Sabra e Shatila (1982), em que 750 a 3500 civis pereceram às mãos de milícias cristãs libanesas — mas esquece-se, no mesmo ano, o massacre de Hama, em que 10 mil a 40 mil cidadãos sírios foram massacrados pelo seu próprio governo.
E, ao mesmo tempo que a ofensiva israelita decorre em Gaza, os islamitas do ISIS decapitam e crucificam “hereges” na Síria, tendo conquistado recentemente a cidade de Sinjar, último refúgio de diversas minorias étnico-religiosas (yezidis, shabaks, xiitas...) no noroeste do Iraque, lançando igual perspectiva sobre o futuro desta gente.
Infelizmente, os exemplos poderiam continuar quase indefinidamente por praticamente todo o mundo árabe e muçulmano.
Who cares! Israel não está envolvido, está?

Não digo que todos os que assinam e divulgam esta petição, ou de outra forma se manifestam contra Israel, sejam antissemitas ou anti-judeus. Certamente que não: o activismo clica-e-partilha faz-se de muita inconsciência, ignorância e preguiça intelectual, também. Mas há muitos que, alegremente, saltam, como de flor em flor, do protesto contra as acções de Israel para a oposição à existência de Israel e, daí, para a apologia da perseguição aos judeus. («O Adolfo tinha razão» foi coisa lida recentemente em paredes.)
Porque, por muito que o custe dizer, o antissemitismo não tem as raízes secas e tem terreno fértil onde cair. (Não, não me refiro às críticas a Israel, muitas delas legítimas.) Viu-se recentemente, de forma particularmente caricatural, com o desaparecimento do voo MH370: não tardou muito para que surgissem mirabolantes teorias da conspiração sobre supostos interesses de um famoso banqueiro judeu; uns pouco comentários online bastaram para que o dedo acusador passasse do banqueiro em concreto para «os judeus». O facto de a “teoria” não ter pés nem cabeça era irrelevante (inclusive para a comunicação social que, em busca do eterno “colorido”, divulgou acriticamente a acusação).


Conforme disse no início, publiquei esta infografia antes do previsto. De facto, andava por estes dias a preparar um (previsivelmente longo) artigo onde exporia de uma forma sistematizada a minha posição quanto ao conflito israelo-palestiniano. É um exercício particularmente deprimente, porque se trata de fazer escolhas num conflito em que nenhum lado fica propriamente bem na fotografia. Nele discutiria, entre outras coisas, aqueles que considero serem os erros (e, nalguns casos, os crimes) de Israel. Isto porque não embarco em maniqueísmos acéfalos: não é por eu apoiar Israel que pinto a actuação do seu exército em tons de cavaleiro andante.

Nenhum dos lados fica bem na fotografia, é verdade — mas os dois lados não ficam iguais na fotografia.
O exército israelita cometeu crimes de guerra, certamente. (Algumas vez terá havido um exército, em cenário de guerra, que não os tenha cometido nunca? Duvido.) Mas a maioria desses crimes foram deliberadamente provocados pelo Hamas, como estratégia de relações públicas — estratégia, ela própria, criminosa. Um crime é sempre um crime, mesmo que em reacção a um crime anterior, mas ainda assim a superioridade moral de Israel fica aqui bem patente: existe, moralmente, uma diferença enorme — abismal, inultrapassável — entre ser implacável para com os nossos inimigos e ser maquiavélico na orquestração do telegénico massacre da nossa própria população.
O maior pecado de Israel foi deixar-se cair na emboscada mediática montada pelo Hamas.

Que fique claro, pois: apoio Israel. Porque, apesar das opções nem sempre correctas, o governo de Israel tem um objectivo legítimo: a defesa e a segurança do seu próprio povo. E, não obstante as imperfeições, Israel é um país livre e democrático: mesmo os seus cidadãos árabes (20% da população), ainda que vítimas de alguma desconfiança quanto à sua lealdade, são mais livres em Israel do que em qualquer país árabe.
O mesmo não se pode dizer do Hamas. Para o Hamas, o objectivo não é a defesa do povo palestiniano, que alegremente sacrifica, mas a promoção niilista da Causa da Fé. Uma vez vencido o «inimigo sionista», o movimento dedicar-se-ia à opressão do seu próprio povo, em nome de uma “pureza religiosa” que mais não é do que um outro nome para a barbárie obscurantista. (De resto, já o vem fazendo em Gaza.) Porque o Hamas não é um movimento de resistência palestiniano ou mesmo uma Organização de Libertação da Palestina (por mais imperfeita que esta seja). O Hamas é, assumidamente, um «Movimento de Resistência Islâmica» (sunita): toda uma variedade de palestinianos — cristãos, druzos, baha’i, muçulmanos xiitas — seria, em maior ou menor escala, excluída, subjugada ou perseguida.
(O mesmo vale para o Hezbollah, o autoproclamado «Partido de Deus», este da vertente xiita, particularmente activo no sul do Líbano.)

Mas tudo pode ser resumido a isto: apoio Israel porque uma versão israelita de mim — ateu e crítico de muitas das acções do governo e do exército — poderia viver a sua vida em Israel sem grandes medos de represálias. (Concedo: existem franjas na sociedade israelita que moralmente não distingo do Hamas — veja-se o assassino de Rabin.)
Mas, e quanto à Palestina do Hamas ou do Hezbollah? (Ou, diga-se em abono da verdade, quase todos os países árabes e muçulmanos...) Poderia o mesmo ser dito? Não, todos sabemos bem que não. Alguém como eu, sendo palestiniano, seria pura e simplesmente abatido pelo seu próprio governo (não por um tresloucado à solta: em Gaza os tresloucados estão no poder) ainda a tinta não tinha secado na palavra «ateu».



There is an English version of this text.

An all-too-familiar prejudice and a personal stand

There’s an on-going online petition asking the Portuguese government to suspend diplomatic relations with Israel (closing embassies, etc.) until the “genocide in Gaza” ends.
This choice of terms and the appeal for diplomatic sanctions made me advance the publishing of the following infographics:



(click to enlarge)


Because the reality is this: thanks to an all-too-familiar prejudice, the “value” of an Arab corpse is greater — much greater — if a finger could (with more or less propriety) be pointed at Israel.

Fewer than 2,000 dead in Gaza constitute “genocide” — while the Syrian civil war, with over 200,000 dead, is but a detail we hardly hear about on the news.
This pattern is not new, by the way: we often hear about the Israeli army’s complicity (sometimes, misleadingly, the authorship) in the Sabra and Shatila massacre (1982), when 750 to 3,500 civilians were killed by Lebanese Christian militias — but more often we forget, in that same year, the Hama massacre, when 10,000 to 40,000 Syrian civilians were massacred by their own government.
And, as the Israeli offensive unfolds in Gaza, the Muslim radicals of ISIS behead and crucify “heretics” in Syria, and recently conquered the town of Sinjar, the last refuge for numerous ethno-religious minorities (yezidi, shabak, shia...) in North-western Iraq, casting a dark shadow over the fate of those people.
Unfortunately, the examples could go on and on almost indefinitely, visiting virtually the entire Arab and Muslim world.
Who cares! Israel is not involved, is it?

I’m not saying every single person who signed and shared the petition, or in any other way demonstrates against Israel, is anti-Semite or anti-Jew. Most definitely not: click-and-share activism thrives in ignorance and intellectual laziness, too. But many gleefully jump, as if from flower to flower, from protesting against Israel’s actions to opposing Israel’s existence and, from there, to advocating the persecution of Jews. (“Adolf was right” was something I read recently painted on some wall.)
Because, however hard it may be to admit it, anti-Semitism’s roots haven’t withered yet and there is plenty of fertile ground for them. (I’m not referring to criticism towards Israel, much of which is legitimate.) We could see it recently, in a particularly caricaturial way, with the disappearance of flight MH370: it wasn’t too long before some crazy conspiracy theories arose, linking it to some alleged interests of a famous Jewish banker; a few online comments down, and there we had the accusatory finger passing from that specific banker to “the Jews”. The fact that said “theory” couldn’t stand the slightest rational inquiry was irrelevant (including for news outlets, always looking for “colourful” ways to spice up their reports, who made the disservice of acritically passing along the accusation.)


As I said earlier, I’m publishing this infographics sooner than planned. In fact, I was working on an extensive article where I would present in a systematic way my standing on this whole Israeli-Palestinian conflict. It’s a particularly depressing exercise, because it’s about making choices in a conflict where both sides fail to look good on the picture. In that article I would discuss, among other things, what I consider to be Israel’s mistakes (and, in some cases, crimes). Because I’m not for brainless Manichaeism: it’s not because I support Israel that I’ll portrait its army as knights in shining armour.

Both sides fail to look good on the picture, that’s a fact — but both sides do not look the same on the picture.
The Israeli army committed war crimes, for sure. (Was there ever an army, in an actual war zone, that never ever committed any? I doubt.) But the majority of those crimes were deliberately provoked by Hamas, as a public relations strategy — a criminal strategy in itself. A crime is always a crime, even if it’s a reaction to a previous crime, but even so Israel clearly retains the moral high ground: there is a huge — abysmal, insurmountable — moral difference between being ruthless with our enemies and promoting in a Machiavellian way the telegenic massacre of our own people.
Israel’s biggest sin was letting itself fall in the media ambush set up by Hamas.

So let it be clear: I support Israel. Because, even with some not-so-acceptable decisions, the Israeli government has a legitimate goal: to defence and security of its own people. And, with all its imperfections, Israel is a free and democratic country: even its Arab citizens (20% of its population), though victims of some distrust vis-a-vis their loyalty, are freer in Israel than in any Arab country.
The same cannot be said about Hamas. For Hamas, the goal is not the defence of the Palestinian people, whom they gleefully sacrifice, but the nihilistic promotion of a Faith Cause. Should they ever defeat the “Zionist enemy”, the movement would devote itself to oppressing its own people in the name of some “religious purity” that is nothing more than an alternative name for obscurantist barbarity. (In fact, they’ve been doing it in Gaza already.) Because Hamas is not a Palestinian resistance movement or even some Palestine Liberation Organization (however imperfect this may be). Hamas is, in its own words, an “Islamic Resistance Movement” (specifically, of the Sunni kind): a whole spectrum of Palestinians — Christians, Druze, Baha’i, Shiite Muslims — would, with greater or smaller severity, be excluded, subjugated or persecuted.
(The same can be said of Hezbollah, the self-proclaimed “Party of God”, this one of the Shiite kind, which is particularly active in Southern Lebanon.)

But all this can be reduced to this: I support Israel because an Israeli version of me — an atheist and a critic of many actions of the government and army — could live a life in Israel with little fear of reprisals. (I concede: there are some fringes in Israeli society that, morally, I equal to Hamas — an example being the murdered of Rabin.)
But, what about Hamas’s or Hezbollah’s Palestine? (Or, truth be told, almost all Arab and Muslim countries...) Could the same be said? No, we all know it could not. Someone like me, should he be Palestinian, would plain and simply be wiped out by his own government (not by a free-range lunatic: in Gaza the lunatics are in power) long before the ink had dried out in the word “atheist”.



Disclaimer: This is a translation of a text originally written in Portuguese, and I'm not a trained translator.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Humilhações*

«[Nós] temos o direito a ser humilhados!», proferiu o moço, em defesa da praxe. Nada de grave subjaz à reivindicação de um direito — excepto quando tal reivindicação pressupõe um dever que a dignidade humana seguramente não aprova. O enunciado exposto configura uma situação do género: para que uns tenham o direito a ser humilhados, outros terão o dever de os humilhar. Claro, há sempre candidatos disponíveis para cumprir essa tarefa — excepto em países onde a decência reina.


* Escrito após a leitura do post do Rui e a visualização do vídeo insólito (e altamente instrutivo) que suscitou essas reflexões.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A liberdade de ser e o papel do bobo

Os pobres de espírito e de carácter (e até de inteligência, não pode ser totalmente inteligente quem não percebe o conceito de liberdade individual) hão-de precisar sempre de alguém a quem discriminar, sobre quem fazer recair raivas, preconceitos, frustrações, complexos. A História ensina: mulheres, pretos, judeus, homossexuais… Há sempre um “argumento” de ordem “natural”, “científica” ou “cultural” para negarem ao próximo aquilo de que se consideram legítimos (alguns por direito divino) detentores: a liberdade de ser. É da definição de liberdade global que o direito a ser imbecil, inalienável, tem de se restringir à esfera do próprio indivíduo. Por favor ninguém proponha, neste estádio da civilização, um referendo sobre a possibilidade de as pessoas serem parvas para si mesmas. Direitos humanos não se referendam — e continuamos a precisar de cromos de quem rir. Não os deixemos é legislar, não é esse, historicamente, o papel do bobo.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O monólito

Chama-se Maxime Qavtaradze. Lembrando antigos estilitas, o monge vive há vinte anos no topo de um monólito: longe dos semelhantes, que todavia o alimentam; mais perto de Deus, apesar da divina omnipresença. Mas permanecer ali, rodeado de abismo e monotonia, pode também ser o convite ao exercício de «simplesmente existir»: sem memórias cruéis nem expectativas inúteis, para lá de um céu de promessas e de uma terra de desilusões. Todos deviam ter direito a uma pedra assim.

domingo, 9 de junho de 2013

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Tranquilidade e diferença

Se ouvirmos um canalha, no âmbito de uma óbvia canalhice, afirmar que está de consciência tranquila, tendemos a supor que ele mente ou, então, não sabe do que fala. Abandonemos a inocência desta disjunção. Pode suceder que tal canalha saiba exactamente do que fala e, pior que isso, esteja mesmo tranquilíssimo de consciência. Se adoptamos o princípio da diferença para respeitar os direitos do outro, adoptemo-lo igualmente para afastar ilusões quando o outro decide desrespeitar os nossos.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Passarões

No supermercado onde me aprovisiono de atum, salsichas, sardinhas e demais enlatados de guerra entram por vezes pássaros que passam a noite a chilrear em busca da saída. Mas não são eles que depenicam os cachos de uvas que ali se vendem. Quando decido comprar fruta desta, tento acreditar que os bagos em falta foram retirados por diligentes funcionários à cata de uvas apodrecidas (ou, pronto, vá lá, bicadas pelos pássaros). Mas não se é misantropo por razão nenhuma: acabo sempre a desconfiar que quem depena os cachos é a restante clientela, que acredita ser Democracia o estender as patorras e tirar um bago ou dois ao passar e Liberdade o abrir um iogurte para confirmar se é aquela a escolha acertada. Uma clientela ciosa dos seus direitos, que responde a quem olha estupefactamente para a embalagem aberta e devolvida à prateleira vociferando com ar de escândalo: «Que foi? Meta-se na sua vida!»
Suponho que a cadeia de supermercados terá uma verba para cobrir este exercício de cidadania dos seus clientes. Do mesmo modo que tem uma verba para processar os tipos de casta inferior que por vezes roubam um euro ou dois de hortaliça.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Dizer não

Saber dizer não, quando naturalmente o não se impõe, é uma virtude. Saber dizer não, quando naturalmente o não se impõe, e evitar quaisquer desculpas movidas pelas exigências do alheio melindre, ou pelo receio do que o semelhante possa vir a pensar, é uma virtude extraordinária. Compreender e aceitar os modos possíveis com que o outro exprime a recusa e manifesta o não, sem perder serenidade nem ganhar ressentimento, constitui um dos princípios de uma vida santa.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Casa dos Segredos: O Horror, o Horror...

Programação do Canal Parlamento nos dias 21 a 25 de janeiro

Não tenho televisor em casa (coisa que custa fazer entender aos senhores da ZON e da MEO) nem acompanho consistentemente a imprensa nacional (excepto na meia dúzia de assuntos que me interessam particularmente). Por essa razão, devo ser dos poucos para quem constituiu surpresa a descoberta recente: o Canal Parlamento (ou ARTV) está disponível para toda a gente (com televisor...), sendo o 5.º canal da miseranda TDT nacional.

Transitar da TV analógica para a TDT e não aumentar, como aconteceu em todos os países europeus, a oferta televisiva em sinal aberto (sem ir mais longe, a RTP Informação era uma candidata óbvia) foi uma significativa demonstração da falta de consideração dos nossos políticos para com os súbditos de menos posses. Mas “corrigir” meses depois esse lapso arremessando-lhes com o Canal Parlamento assume foros de tratamento desumano e degradante. A Amnistia Internacional deveria pronunciar-se.


P.S. A imagem apresentada foi capturada sábado, dia 26; só por aí se vê a qualidade de serviço...