terça-feira, 7 de junho de 2016
Avaliar pelas aparências
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Crise da imprensa: os meus contributos
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
O Estado Islâmico já conquistou o Vaticano!
Afinal, os manipuladores de informação que por estes dias postam imagens falsas ou descontextualizadas para nos convencerem de que o Estado Islâmico está a enviar hordas de pseudo-refugiados para a Europa para nos conquistarem têm razão!
Pior: os infiltrados não só já estão cá, como já alcançaram o seu objectivo: conquistaram a Europa, incluindo o Vaticano!
Assim que teve confirmação da conquista, Abu Bakr al-Baghdadi emitiu um édito religioso (fatwa) obrigando todas as mulheres europeias a cobrirem o rosto, à boa maneira islâmica.
Devido a um erro de tradução do árabe pseudo-clássico usado pelo auto-proclamado califa, a ordem foi entendida como dirigida «a todas as pessoas* que usam saias».
Como a imagem anexa inequivocamente documenta, o ex-Papa Francisco foi lesto a obedecer ao novo senhor da Europa. Allahu Akbar e tal!
* A classificação das mulheres como «pessoas» foi apontada por alguns apologistas como sinal do elevado estatuto de que elas gozam no Islão.
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Mil poetas
sexta-feira, 13 de março de 2015
Sexo tântrico
Ao fim de quase quatro anos a foder-nos, o Governo finalmente pede ao povo português: «VEM».
Quatro anos, Sting, quatro anos! Toma e embrulha.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Vendas por telefone
[versão resumida, a bem da paciência dos leitores]
— Boa noite, fala Fulana de Tal, do Barclays Card. Estou a falar com o Sr. Pedro Carvalho?
— Não, aqui não é Pedro Carvalho. É engano.
— Mas o senhor conhece o Sr. Pedro Carvalho?
— Até posso conhecer algum Pedro Carvalho, porque tanto Pedro como Carvalho são nomes comuns, mas se a senhora deseja falar com um Pedro Carvalho, por que razão ligaria para o meu telefone? Sugiro que se informe quanto ao número de telefone dessa pessoa e tente de novo.
— Não, eu desejava falar com o proprietário deste número de telefone. Tenho o prazer de estar a falar com...?
— O meu nome não interessa, porque não sou Pedro Carvalho, tenho o jantar no prato e a arrefecer e, além do mais, não estou interessado na sua proposta.
— Como é que pode dizer isso, se não sabe do que se trata?
— A senhora já me disse que é do Barclays Card: não estou interessado.
— O senhor já foi cliente Barclays Card?
— Não, nunca.
— Então como sabe que não está interessado em algo que desconhece?
— Olhe, eu também nunca experimentei sexo homossexual, e tenho bastante certeza de que não estou interessado...
— ...
— Não estou a dizer que ser cliente Barclays Card é o mesmo que ser enrabado, mas acho que percebe a minha ideia...
— Ainda assim...
— Desculpe, como lhe disse, tenho o jantar a arrefecer no prato. E mesmo que não tivesse: não estou interessado.
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Abduzido pela música
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
João Miguel Tavares segrega pessoas de estatura mediana
«Neste novo “alto” poderíamos incluir tanto a habitual casta económica e política, como os detentores de privilégios corporativos, os burocratas que dificultam a livre iniciativa ou os especialistas na arte de fugir aos impostos; enquanto no novo “baixo” poderíamos colocar não só os pobres, mas também os reformados que se sentem espoliados, os jovens que nunca conseguiram um emprego, e todos aqueles que vêem a sua ascensão social dificultada pelas mais variadas redes de interesses que dominam os estados contemporâneos.»
O Brecht dos bons observadores
«Quando financiamos uma peça de Brecht de um qualquer encenador que jura que a cultura deve ser financiada por todos nós, podemos estar a reduzir os recursos disponíveis para mais um tratamento que possa salvar mais uma vida. E sacrificar a vida de uma criança é um preço demasiado elevado a pagar.»*
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Pássaro na gaiola
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
E-musas
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Catalogue des prix d’amour
Mosquitos em Bruxelas parecia-me um contra senso, imaginando-os bichos eminentemente meridionais ou amigos de ambientes de gente pobre. Mas quando me começaram a cair no copo lembrei-me que sou pobre e meridional. Não, não foi isso. Quando passei a usar a vetusta base de copos como tampa contra os dípteros kamikazes, tomei consciência do sítio onde estava: La Fleur en Papier Doré (Het Goudblommeke in Papier para os amigos flamengos), um café que respeita o seu ilustre passado mantendo, quase sem a espanar, a decoração original. A Flor em Papel Dourado é um estaminet fundado em 1366, mas não creio que houvesse nenhum mosquito dessa colheita. Os que partilharam comigo o cabernet e mais tarde nadaram nos meus sucos gástricos deveriam ser do tempo da última remodelação do botequim, acontecida, diria, na transição de oitocentos para novecentos. Gosto de sítios assim, com verdadeira história. E se tomasse notas no meu moleskine (ou, menos romanticamente, usasse a câmara do telemóvel), poderia hoje reproduzir na íntegra, poupando o trabalho de inventar tema e coerência para um post, a piéce de résistance das antiquarias que enfeitam, emolduradas, amareladas e empoeiradas, as paredes da casa. Refiro-me ao tarifário de um prostíbulo, de 1915.
Pode ser encontrado na Internet. O "Catalogue". E o amor, parece.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Futuro próximo
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Deserção à hora do chá*
«Pois eu queria ser um escritor inglês. Nem precisava, aliás, ser escritor. Inglês snob era suficiente. Ou apenas snob. Um snob convicto, sem escrúpulos nem clemência, em vez de português suave com filtro. Da próxima vez que der por mim com rosadas pretensões tugas, faço-me um ultimato britânico, juro. Antes a cor do sangue que o apelo do sangue, if you know what I mean.»
* Diálogo de uma novela por escrever.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Considerações sobre o bacalhau
sexta-feira, 20 de junho de 2014
O Tua e a sua canção (ou)vistos pela nova direita
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Problemas de habitação, no centenário de Sarajevo
«Aquilo era uma casa europeia habitada por uma família inteira no início do século XX, mas fazia-me lembrar as choupanas com que me deparava frequentemente na África rural. O princípio era exactamente o mesmo: um chão de terra batida numa habitação construída com paredes de pedra, sob um telhado feito de madeira, colmo ou ramos apanhados localmente. Uma taxa de mortalidade infantil que podia matar seis dos nove filhos da família Princip soava mais a África do que a Europa. O mundo desenvolvido podia desesperar perante os problemas sistémicos da África moderna, mas estar ali, naquele jardim de Obljaj, ensinou-me como grande parte da Europa estivera recentemente em situação similar.»*
* A partir do muito interessante excerto de O Gatilho, de Tim Butcher, publicado na LER de Junho.