terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Crise da imprensa: os meus contributos
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Não, não sou Charlie Hebdo
segunda-feira, 7 de abril de 2014
O papel do jornalista tem dias
Em dois posts que por preguiça não publiquei aqui, defendi o papel do jornalista no caso Rodrigues dos Santos versus Sócrates. Muita gente o tem feito, alguns com particular ferocidade, incluindo o próprio José Rodrigues dos Santos. Contudo, não vi muita gente defender o papel do jornalista também nos casos das partenaires inânimes de Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes. Que de resto são comentadores há mais tempo.
É isto que me irrita ou entedia (depende das horas) na vida política portuguesa, este clubismo sem coluna e hipócrita, incapaz de esconder o longo rabo que deixa de fora. Onde têm estado os defensores do papel activo do jornalista nos longos anos que Marcelo leva de missa dominical? Onde estão quando é Marques Mendes a perorar sem particular contraditório?
Uma intervenção útil em defesa do jornalismo era terem aproveitado este episódio para reivindicar verdadeiros jornalistas também nos programas de Marcelo & Mendes — em vez de se limitarem a uma defesa de JRS que é na verdade um ataque imbecil a Sócrates e/ou uma defesa acéfala do Governo.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
The show must go on
Perante um “contratempo” estatístico, a assertividade e a cientificidade neoliberal engasgam-se, patinam, coçam a cabeça. Depois, Medina Carreira suspira — antes de pedir à importuna jornalista que passe à frente, siga o guião.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
O caso El Mundo ou os dias contados da imprensa séria
O El Mundo trouxe à luz do dia os casos Bárcenas (financiamento ilegal do PP, partido do Governo em Espanha) e Urdangarin (escândalo de corrupção protagonizado pelo genro do Rei).
Os accionistas de El Mundo, inesperadamente, afastaram Pedro J. Ramírez da direcção do jornal que fundou.
Diz-se por todo o lado, e é difícil achar falso o estrepitoso rumor, que o afastamento surge por pressão do Governo espanhol e da Casa Real.
Longe vai o tempo em que havia tipos de dinheiro a investir em projectos de jornalismo de investigação em vez os dificultarem. Em Portugal, o dinheiro disfarça-se de mecenas para pagar umas reportagens de cariz histórico ou cultural (as do Público Mais). São interessantes e aliviam a consciência de todos os envolvidos: investidores, jornal e leitores, que assim podem assistir impávidos ao definhar da investigação.
Apesar de injusto (numa primeira fase) para os restantes jornalistas de El Mundo, os leitores do jornal deveriam boicotá-lo a partir de hoje. Doutra maneira, será cada vez mais difícil haver imprensa independente e ousada, condição essencial das democracias.
Mas não tenho muita fé em atitudes drásticas por parte dos leitores. Em Trás-os-Montes, o único jornal que conheci que de facto fez jornalismo (o Semanário Transmontano) terminou um dia por cansaço sem que se ouvisse um queixume em todo o “reino maravilhoso”.
Na península (e não só nela), o conluio entre o dinheiro e os poderes ainda tem muitas ofensivas para fazer antes que o povo perceba o que perde perdendo a democracia. E a democracia perde-se quando se perde o jornalismo de investigação. Continuem a iludir-se com o jornalismo cidadão e tretas afins.
domingo, 17 de novembro de 2013
A manchete do JN
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Quim Barreiros dirige JN por um dia
Ao que parece, o Jornal de Notícias apresentará uma excelente prova de bom gosto como manchete de amanhã (hoje, para a maior parte de vocês). A tentação é culpar o jornal, mas um jornal não existe sem leitores. O Norte, e não só o Norte boçal, tem defendido teimosamente o JN como o “seu” jornal, apenas porque o pasquim inclui mais páginas de noticiário regional, mesmo que irrelevante. Os empresários e as luminárias do Norte sempre preferiram a noticiazinha paroquial, ainda que medíocre, a uma informação decente. As mesas de café, os consultórios de dentista e todos os velhos solares acima do Mondego revestem-se de JN. Não sei porque se queixam de o Norte ter perdido influência. Parece-me que disputamos bem o primeiro lugar ao Correio da Manhã no que toca a irrelevância ruidosa e grotesca.
(Isto faz-me lembrar como, à escala provincial, os transmontanos preferiram deixar morrer o Semanário Transmontano, o único jornal digno de prelo que aqui conheci.)
domingo, 9 de junho de 2013
CNN Turca: «Seja o último a saber»
Proponho um novo slogan para a CNN turca — «son bilen siz olun» —, pois, claramente, o oficial («ilk bilen siz olun» = «seja o primeiro a saber») não reflecte a realidade.
(Obrigado à Alev pela ajuda com a língua turca.)
domingo, 3 de março de 2013
Jornalismo de miséria
O cartaz que reproduzo ao lado e o do «Cavalo de Troika» foram citados no Expresso online (via agências noticiosas).
Ou melhor, no caso deste, foi selvaticamente truncado: o jornalista transcreveu apenas o princípio e o fim («Sacrifícios? Tenham juízo»), adulterando a mensagem que eu realmente transmiti.
É também deste “jornalismo” que se faz a nossa miséria.