O Papa Francisco é uma das Pessoas Que Não Sabem Bem Se São Charlie. No segundo seguinte a dizer que «não se pode reagir violentamente», acrescenta que se alguém, incluindo um amigo, «disser um palavrão contra a minha mãe, pode esperar um murro. É normal.»
É pena que aquele que é, de longe, o Papa mais simpático dos últimos 50 anos não consiga manter a coerência por um pouco mais de dois segundos. Mais pena é que a falta de coerência constitua — pecado adicional — uma flagrante falácia. (Bem, não será por acaso que alguém ascende na hierarquia cardinalícia...)
A sua mãe, Sr. Papa, não é (tanto quanto me consta) omnipotente, nem omnisciente, nem omnipresente. Se, quando é insultada, ela não estiver presente, não se pode defender. Quem estiver presente e gostar dela tem obrigação de a defender (embora não necessariamente através da violência física).
Deus, por outro lado, segundo o Papa, está em toda a parte e é todo-poderoso. Assim, se nalguma parte do mundo (que digo? do Universo!) alguém insultar Deus, Deus — como todo-poderoso — tem o (lá está) poder de intervir directamente e tratar do assunto.
Idem para profetas-amados-por-Deus, segundo consta.
Por isso, Sr. Papa, a comparação com insultos à sua mãe é uma falácia.
Já agora, pouco cristã (Mateus 5:39, Lucas 6:29, 1 Pedro 3:9, Provérbios 12:16).
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