Por falar em aparências, um mundo liderado por Donald Trump (nos EUA) e Boris Johnson (em Inglaterra) teria uma certa coerência — ideológica, sim, mas sobretudo estética. Quem sabe não se revitalizava uma profissão em decadência a partir de meados de Setecentos, quando o Barroco foi deixando de estar na moda: a dos peruqueiros. Já estou a imaginar slogans profilácticos nas montras da Baixa e doObservador: «Proteja as suas ideias das correntes de ar fresco: cubra-as com a melhor palha do Kansas».
Estou de acordo, não se deve argumentar contra alguém com base nas suas características físicas. Mas o penteado destes dois faz por opção própria parte da sua facúndia. Por isso, não se chega ao âmago do pensamento deles sem penetrar na selva do couro cabeludo e sem cravar a picareta nas zonas mais profundas do rizoma.
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