quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Vendas por telefone

[versão resumida, a bem da paciência dos leitores]

— Boa noite, fala Fulana de Tal, do Barclays Card. Estou a falar com o Sr. Pedro Carvalho?

— Não, aqui não é Pedro Carvalho. É engano.

— Mas o senhor conhece o Sr. Pedro Carvalho?

— Até posso conhecer algum Pedro Carvalho, porque tanto Pedro como Carvalho são nomes comuns, mas se a senhora deseja falar com um Pedro Carvalho, por que razão ligaria para o meu telefone? Sugiro que se informe quanto ao número de telefone dessa pessoa e tente de novo.

— Não, eu desejava falar com o proprietário deste número de telefone. Tenho o prazer de estar a falar com...?

— O meu nome não interessa, porque não sou Pedro Carvalho, tenho o jantar no prato e a arrefecer e, além do mais, não estou interessado na sua proposta.

— Como é que pode dizer isso, se não sabe do que se trata?

— A senhora já me disse que é do Barclays Card: não estou interessado.

— O senhor já foi cliente Barclays Card?

— Não, nunca.

— Então como sabe que não está interessado em algo que desconhece?

— Olhe, eu também nunca experimentei sexo homossexual, e tenho bastante certeza de que não estou interessado...

— ...

— Não estou a dizer que ser cliente Barclays Card é o mesmo que ser enrabado, mas acho que percebe a minha ideia...

— Ainda assim...

— Desculpe, como lhe disse, tenho o jantar a arrefecer no prato. E mesmo que não tivesse: não estou interessado.

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