segunda-feira, 25 de março de 2013

(Não) dar a mão à palmatória
(Vítor Gaspar, um caso psicológico — 3)

Leio esta passagem no livro de Daniel Kahneman (p. 289):

Tetlock [psicólogo da Universidade de Pensilvânia] descobriu também que os especialistas resistiam a admitir que tinham errado [nas suas previsões] e, quando eram obrigados a admitir o erro, tinham um largo conjunto de desculpas: apenas haviam errado acerca do momento, tinha surgido um acontecimento imprevisto, ou haviam errado mas pelas razões corretas. [...]

e vem-me à lembrança esta notícia do Público:

Questionado por um jornalista sobre se reconhecia algum erro na forma como o Governo e a troika definiram a estratégia de ajustamento para Portugal e a passaram à prática, Vítor Gaspar não foi capaz de identificar um. [...] Mas se há coisa que é difícil ao olhar para os resultados da sétima avaliação da troika a Portugal, apresentados na sexta-feira [dia 15], é deixar de ver erros, erros de previsão.
[...]
Vítor Gaspar voltou a justificar a deterioração da conjuntura exclusivamente com a redução verificada a partir do final do ano passado na procura externa. [...]

(OK, no caso de Vítor Gaspar, a imaginação só chega para uma desculpa. Mas é-lhe suficiente para dizer que a culpa está toda alhures.)

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