sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Lapso duplo

Constato: as respostas dos dois testes equivalem-se na perfeição. Pormenor relevante: nenhum dos alunos se lembrou de colocar o nome no espaço reservado para o efeito. Lapso que Freud explicaria sem rodeios: na inconsciente profundeza, qualquer um deles recusou assumir a autoria daquilo que sabia não ser da sua lavra. Deve, pois, ter existido uma cábula comum, ou certo influxo verbal divino, partilhado com rigor, ou uma intervenção do Inefável, que estende o esquecimento sobre os nomes.

4 comentários:

  1. Certamente intervenção do Inefável. É a sua mais frequente manifestação - a duplicação das respostas dos exames, qual milagre da multiplicação.

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  2. Aposto no Inefável, porque se trata de uma situação ante a qual escasseiam as palavras.

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  3. Tentamos conduzi-los de tal forma que, às tantas, eles criam mofo no conforto da almofada.

    Abraço

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