sábado, 4 de maio de 2013

A gargalhada

Em certa publicidade, a senhora dona Florinda apresenta o seu testemunho: «No meu tempo era uma tristeza. Não havia nada. Agora há tudo. Comíamos pouco, trabalhávamos muito.» A estas palavras segue-se uma gargalhada aparentemente inoportuna. Numa altura em que o Governo anuncia novas medidas de austeridade, no que se afigura o projecto de uma austeridade sem medida, aquela gargalhada sugere-nos menos satisfação do que ironia, menos a crença num cenário próspero que um vaticínio de índole nefasta.

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