domingo, 14 de julho de 2013

Duplo movimento

Com a sua «revolução coperniciana», Kant atribuiu ao sujeito um papel activo: ele «mexe-se» rumo ao objecto, impondo-lhe intuições amplas e estruturas firmes. A ideia revelar-se-ia mais fecunda se integrasse a leitura contrária: o objecto «em demanda» do sujeito. Não seria arremedo de visão ingénua, antes evocação de escuta sazonada. Para observar as formas de um penedo, convém que de algum modo nos movamos. Para olhar as feições que a nuvem toma, importa que saibamos estar quietos.

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