No alfarrabista, abrindo um dicionário de filosofia, deparo com minúscula aranha aninhada no pequeno desvão feito por um grosso marcador de livros. Aguardo, para ver o que acontece. O animal não tarda a mover-se: atravessa a teoria do silogismo, galga premissas, vence conclusões, abeira-se da margem, despenha-se no intervalo que separa dois volumes fechados. Parece buscar o sentido da sua existência entre a lógica de Aristóteles e os livros que nunca lerá. Como qualquer um de nós.
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