Trata-se de um volume de poesia, já antigo, de autor obscuro. As folhas, por abrir, reclamam espátula. Do frontispício, no entanto, salta um rectângulo intencional, porventura com estatuto de marcador, no qual se lê, escrito a vermelho, o seguinte aforismo probabilístico: «Talvez este livrinho te faça perder o medo de desenterrar teus versos da gaveta.» Mensagens assim ressumam ambiguidade e algum excesso: não sabemos se o poeta confia exageradamente no nosso talento, se desconfia demasiado do seu.
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